19 outubro 2004

o perigo da fadiga

há dias, na rádio por escrito,falavam dos perigos das viagens demasiado longas sem descanso.vieram-me à garganta as viagens feitas de um trago só, entre lisboa e porto,com tanta pressa para chegar. e depois senti nos pulsos a dormência dos passeios feitos devagar,pelo gosto da mecânica da condução, curvas às quinhentas, feitas para deixar de pensar. e depois senti na pele o voo recente,para entrega atempada de um envelope num aeroporto debaixo de chuva copiosa,que favorece a tristeza de todas as despedidas.

tentei separar águas e contar quantas vezes o cansaço veio da viagem e quantas vezes já lá estava antes dela. e só depois percebi que,afinal,eram ainda mais as vezes que a viagem era procurada pela fadiga que trazia ao coração e assim obrigava a cabeça a dormir.

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