01 janeiro 2005

em cheio

a vantagem de um ano que começa de novo são os cadernos novos, as agendas a estrear,o chorrilho de boa intenções manifestadas por escrito que nos hão-de levar ao inferno ou ao todo o lado, se cumpridas, ou a lado nenhum e à vergonha,se falhadas.

é quase uma e cinco da manhã, vi a hora num relógio novo, oferecido por quem não se preocupa com o tempo.este relógio pesa pouco,ao contrário do que no fim-de-semana cobicei ao pai,um omega de 35 mm prometido a quem se lembrar de ser a primeira das filhas a dar-lhe um neto.quanto esperará o relógio?
entretanto, aprendo as vantagens de nada nada pesar na mão direita que escreve e que desenha e que vai, não volta,me faz acordar de noite,dormente demais e a denunciar os esforços do dia.

este ano, a casa está cheia,a música alta e as resoluções de ano novo ecoaram entre gargalhadas.

é bom sinal estar a escrever a esta hora - é sinal de que se começa o ano a fazer o que mais se quer.é começar o ano em cheio.oxalá não tenha sido (só) por amor que me disseram ao ouvido,"devias passar a vida a escrever."

já o faço. o que queria é que deixasse de ser para entreter a espera.


"the passenger",iggy pop.
carne assada com castanhas.pudim com vinho do porto.murganheira bruto.







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