13 junho 2007

luz na janela


falávamos das luzes na janela que orientam o caminho de regresso. e de como uma luz acesa no parapeito de uma janela, sempre nos mostra que, naquela casa, sempre estão prontos para nos recolherem (como se uma luz acesa do lado de dentro afastasse a solidão da escuridão, como se uma luz acesa dissesse a quem ainda está do lado de fora que, ali, nunca se dorme sono tão pesado, de que se não possa acordar, com um sorriso para quem chega).

esta casa não é uma casa, é uma ermida. parece-me ter o mundo demasiado perto, mas dentro dela, se calhar, não se ouvem os passos em volta.talvez se oiçam assim melhor as vozes que ecoam na cabeça, vindas do coração.
e depois de uma tarde a fazer caminho, dá vontade de parar, entrar numa casa que tenha esta luz, para depois ver a manhã chegar e com ela, a clarividência sonhada, que sempre chega depois das noites em branco,na varanda.
losing hope, de jack johnson.
bernardo pizarro miranda, ermida do cristo do silêncio, palmela,
sublinhada por um grande quase-arquitecto, que me ensinou a ler desenhos. e a escrevê-los, também.

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